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CENÁRIOS E FIGURINOS

19 Set '15 a 10 Jan '16

 

Nos primeiros anos da década de 1990, em plena maturidade artística, Graça Morais realizou um impressionante corpo de trabalho na área da cenografia e desenho de figurinos; uma dimensão menos conhecida da sua obra que, como a pintura e o desenho, se alicerça em marcas autorais muito vincadas.
Oito telões produzidos para a peça Ricardo II, de William Shakespeare, levada à cena no Teatro Nacional D. Maria II, em 1995, e os dezoito painéis que executa, três anos antes, para a peça Os Biombos, de Jean Genet, no Teatro Experimental de Cascais, são alguns dos mais relevantes trabalhos neste contexto.
Contrariando a estética naturalista, a cenografia de Graça Morais declina espaços convencionais, apresenta antes lugares, propõe composições mentais, explorando um lado profundamente metafórico, utópico e desconcertante, não raramente habitado por figuras que convoca do seu singular alfabeto iconográfico.
Os dramas, as insidiosas questões de poder, a sexualidade e a morte, transfere-os do palco para os cenários que ideia, potenciando por si só uma outra narrativa, autónoma ou paralela ao texto teatral.
Impressivas pela escala monumental, as formas vagas e gestuais que sempre caracterizaram o seu processo criativo resultariam aqui, pelo inabitual modo de produção, de um vertiginoso ato performativo, onde o corpo da artista se mistura com o turbilhão de linhas, formas e manchas que foi projetando em cada telão ou painel estendido no chão.
Ainda que autónoma ao contexto teatral a que esteve originalmente vinculada, a obra cenográfica da artista é apresentada pela primeira vez em contexto expositivo, reunindo-se ainda um número significativo de figurinos, desenhos preparatórios, documentários e fotografias capazes de atestar a dimensão deste desafio e a importância que o mesmo representa no contexto da sua obra.

Comissário: Jorge da Costa
Coprodução: Município de Bragança, Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, Teatro Municipal de Bragança, Teatro Nacional D. Maria II
Colaboração: Teatro Experimental de Cascais