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FORA DE PORTAS: ESPAÇO MIGUEL TORGA

GRAÇA MORAIS - TERRA MÃE

02 Mai '19 a 31 Jul '19

 

Curadoria: Jorge da Costa

Em permanente reinvenção e revisitação de temas e abordagens, a ampla produção artística de Graça Morais tem vindo a desenvolver-se a partir de uma linguagem muito própria, fazendo dela uma obra única e inconfundível no contexto da arte contemporânea portuguesa.
A condição da mulher, os seus gestos e as suas poses, a relação com a terra e o sagrado, é tema recorrente e estruturante do seu universo pictórico e, por isso, a figura feminina não é apenas personagem de dramas íntimos, é protagonista.
Série a série, retrato a retrato, e num ininterrupto manancial de experimentações formais, a mulher surge reinventada e, com ela, toda uma pungente iconografia se lhe associa.
Longe da mera reprodução fiel do modelo, a mulher assoma, do anonimato coletivo a que chama Marias, não raras vezes inscrita por linhas vagas ou em pinceladas fluidas e texturadas, ora da inesperada fusão com os bichos, os frutos ou com a terra.
A imagem da mulher e da sua velhice está diretamente dependente da intimidade e da profunda familiaridade que a artista tem com os modelos de referência e o lugar, cuja história tantas vezes se cruzou com a sua história pessoal e, de modo geral, com a de Trás-os-Montes.
As imagens que lhe servem de referente têm, por isso, matriz na captação dos rostos e dos gestos ou nas banais histórias de vida das mulheres do Vieiro, do mesmo modo que, na sua obra, tem sido assídua a presença do autorretrato.
Esta profunda ligação entre a terra e a mulher é ampliada na relação que estabelece entre os elementos figurativos que lhes associa, com os suportes, mas especialmente com planos de fundo que assumem, por vezes, o prolongamento da figura, como acontece em obras emblemáticas como Maria e Delmina, figuras que retrata como troncos de uma velha oliveira, que resistem, fortes, à passagem dos anos.
A exposição que agora se apresenta resulta de uma criteriosa seleção de obras e de séries produzidas por Graça Morais entre 1996 e os primeiros anos da década de 2000, o mesmo período em que a sua pintura se cruzaria com a escrita de Miguel Torga, no livro Um Reino Maravilhoso.

Coprodução: Município de Bragança /Centro de Arte Contemporânea Graça Morais
                      Município de Sabrosa / Espaço Miguel Torga