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FERNANDA FRAGATEIRO

30 Mar '19 a 02 Jun '19

 

Com uma obra grandemente materializada em projetos de arte pública, o trabalho de Fernanda Fragateiro (Montijo, 1962) estabelece uma profunda relação não só com a arquitetura ou a paisagem que o acolhe, mas também com as práticas artísticas do século XX, particularmente com o minimalismo e as vanguardas russas.
Na sua depuração formal ou na ancoragem ao uso repetido de materiais, como blocos de betão, espelhos ou fragmentos de alvenaria, as suas esculturas e instalações parecem encontrar no espaço arquitetónico que ocupam o suporte físico para a sua existência, desencadeando com ele, seja uma parede, o chão ou o teto, mais do que um diálogo, uma relação de mediação.
A arquitetura interessa, por isso, a Fernanda Fragateiro como referência ou enquanto “matéria construtiva” de distintos modos: seja porque as suas esculturas requerem um determinado espaço para existir, seja porque o espaço é transformado em objeto de perceção através da sua intervenção escultórica.
As soluções plásticas encontradas pela artista, caracterizam-se ainda por uma marcada interdisciplinaridade, onde se cruzam e relacionam diferentes expressões, mesmo aquelas que não pertencem ao domínio do artístico, mas do social, do documental, ou até do performativo, desencadeando uma complexa rede de leituras.
Ao longo do seu percurso artístico, as obras desenvolvem-se no sentido de uma investigação sobre o espaço nas suas variadas manifestações fenomenológicas, seja sob a forma de ruina, como jogo de reflexos, como lugar habitado, como arquivo de materiais ou como mero exercício abstrato, ao mesmo tempo que mantêm uma perspetiva socialmente determinada e até interveniente, como sucede na obra 6 de Maio, construída a partir de destroços do recentemente demolido Bairro 6 de Maio, na Amadora.
A presente exposição reúne um número significativo e heterogéneo de obras produzidas pela artista nos últimos anos, sublinhando, de modo particular, a natureza integradora, quase cirúrgica, das suas esculturas e instalações no espaço arquitetónico de Souto de Moura, ao mesmo tempo que o reconfiguram e transformam.

Curadoria: Álvaro Moreira e Jorge da Costa
Produção: Município de Bragança / Centro de Arte Contemporânea Graça Morais
Colaboração: Museu Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso / ArtWorks