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HUMANIDADE

2018/06/30 a 2019/02/24

 

Sob o signo da metamorfose, Graça Morais retoma, em força, numa série inteiramente inédita de desenhos e pinturas sobre papel, um olhar muito particular sobre a humanidade.
Das imagens, grandemente comprometidas com a sociedade contemporânea, ressalta um conjunto muito diverso de rostos e figuras tão intrigantes como grotescas, tão serenas como inquietas, tão densas como etéreas, a partir das quais a artista efetiva uma complexa trama de emoções e ações humanas.
Graça Morais pensa o mundo a partir do desenho e da pintura. Não apenas no sentido de representar ou testemunhar a realidade, mas no desejo de sobre ela construir uma outra verdade, perspetivando sobre a humanidade novas reflexões e interrogações.
Como ficções visuais, os seus desenhos são, de algum modo, a materialização de um universo desconcertante, transgressor, apartado de qualquer organização racional e lógica de sentidos.
O enfoque desta nova série está uma vez mais na figura humana e sua condição. Cada obra é expressão ou epicentro de uma sucessão complexa de emoções ou estados de alma. Entre a raiva e a indiferença, o desalento e a esperança, a compaixão e a crueldade, a tensão e o silêncio, multiplicam-se narrativas tão ambíguas e perturbadoras como as suas personagens.
O tratamento da figura é novo. As linhas e formas parecem transformar-se diante de nós, sob o vigor do traço e a espessura das várias camadas da grafite e do carvão, ou diluem-se nas pinceladas aquosas e subtis, para mergulhar numa manifesta depuração formal com profundos sinais de abstração.
Graça Morais regressa em força à metamorfose. As suas personagens, isoladas ou em grupo, retomam formas animalescas ou mutantes. Os traços humanos fundem-se, transferem-se, sobrepõem-se, voltam a cruzar-se com as linhas e as feições de um gafanhoto. No entanto, esta transmutação em inseto não lhes anula as poses e os comportamentos, o olhar e até as emoções humanas. Pelo contrário, evidencia-as.
Cada personagem, cada figura, no seu hibridismo, na sua ambiguidade, encena posturas e situações reais; associam-se referências, disposições e gestos universalmente reconhecíveis, seja um acontecimento tão banal ou familiar como o de uma mãe que segura o filho ao colo, seja de manifesto cariz político-social, como o da submissão ou humilhação de um grupo de homens alinhados contra um muro.

Curadoria: Jorge da Costa
Produção: Município de Bragança / Centro de Arte Contemporânea Graça Morais

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