AO ENCONTRO DE SOPHIA
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O mito de Orpheu e Eurydice, fonte inesgotável de referências e criações artísticas no domínio das artes plásticas, da música e da literatura, assinala também o primeiro encontro entre a pintura de Graça Morais e a escrita de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Sobre esta trágica história de amor, Graça Morais realiza, em 1990, uma série de pinturas a sépia sobre partituras musicais, que dariam origem a um livro com poemas de Sophia.
Esta ligação com a escrita tem sido constante na vasta e prolífica carreira de Graça Morais. A sua pintura tem vindo a dialogar com a obra de inúmeros escritores contemporâneos portugueses, entre os quais Miguel Torga, Agustina Bessa-Luís ou José Saramago.
Apresentados agora juntamente com os poemas e alguns manuscritos originais de Sophia, os desenhos sobre o mito de Orpheu são também os primeiros trabalhos que realiza no seu atelier da Costa do Castelo, em Lisboa. Neles sobressai o recurso a uma figuração muito contida e evidenciam-se referências a instrumentos musicais, como as guitarras, preceituando a gramática estilística que desenvolvia neste período.
Este encontro entre a pintora e a poetisa, a par da grande amizade que as unia, repete-se em 2003: Sophia de Mello Breyner convida Graça Morais a ilustrar o conto O Anjo de Timor.
A série é realizada em pequenos desenhos a aguarela e sépia sobre papel, conferindo aos trabalhos um intenso colorido. Executados com imediatismo, sem o traço minucioso e preciso do desenho, prevalece neles a mancha grandemente aquosa e fluida da aguarela, tanto no tratamento das figuras como dos fundos, refletindo uma grande liberdade estilística, ainda que numa grande fidelidade à narrativa de Sophia.
A complementar esta criação conjunta, na presente exposição retomam-se ainda obras emblemáticas de Graça Morais, como a série Marias ou a série da Oliveira, a quem Sophia dedicou o poema: “Sobre um Desenho de Graça Morais”.
Curadoria: Jorge da Costa
Produção: Município de Bragança /Centro de Arte Contemporânea Graça Morais
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