Passar para o Conteúdo Principal
Facebook Youtube adicionar aos favoritos RSS Partilhar imprimir

Logotipo Centro de Arte Graça Morais

FORA DE PORTAS - BIENAL INTERNACIONAL DE ARTE DE GAIA

GRAÇA MORAIS - UMA ANTOLOGIA: 1995/2016

08 Jul '17 a 30 Set '17

 

O desenho, mais do que a pintura, que na obra de Graça Morais (1948, Vieiro, Trás-os-Montes) frequentemente se indistinguem, combinam ou sobrepõem, radicou sempre, como atividade dorsal, em todo o seu processo de criação.
Ao longo de mais de quarenta anos de carreira artística, a sua obra tem vindo a evoluir numa constante reinvenção, experimentação e até revisitação de temas e abordagens anteriores, ao mesmo tempo que vem mantendo, na variedade de estratégias visuais, a unidade e a singularidade da sua obra.
Rostos e gestos, tramas narrativas de sacralidade e morte, cenas de trabalho e rituais, acusam as marcas de uma obra que, não obstante a variação de disposições formais e criativas que mobiliza, não abdica do real como referência, que aqui é feito de terra e de mistérios ancestrais e tem profunda ligação à memória e aos afetos.
Transfigurado ou metamorfoseado através da distorção e da sobreposição de linhas e formas, capazes de desencadear distintos níveis de leitura, ou, não raras vezes, inscrito pelas linhas mínimas do desenho, cada obra é metáfora pictórica não só do encontro com Trás-os-Montes, mas da interpretação e da inquietante reflexão que, a partir deste território, a artista faz do mundo.
A obra de Graça Morais tem vindo a desenvolver-se a partir de uma linguagem muito própria, à margem de princípios doutrinários dominantes ou movimentos artísticos transitórios. Tem evoluído em ciclos sucessivos e bem demarcados, que não só configuram a proficiência das diversas fases que compõem a sua obra, “como se fossem ou pudessem ser estados de uma obra que não se aceita a si mesma, nunca como um encerramento” , como legitimam a coerência do seu todo, fazendo dela uma obra tão original como inconfundível, no contexto da arte contemporânea portuguesa.

 

Curadoria: Jorge da Costa

Coprodução: Centro de Arte Contemporânea Graça Morais / Bienal Internacional de Arte de Gaia