ANTÓNIO DACOSTA
1914 - 2014
Numa pintura de 1940, “A Antítese da Calma”, António Dacosta (Angra do Heroísmo 1914 – Paris 1990) auto-retratou-se contemplando o desconcerto do mundo. Muitos anos depois, em 1969, num breve comentário, disse: “há a calma e a antítese da calma” e, assim, acontece com a sua obra, entre a inquietação e o prazer, num percurso que vem da convulsão surrealista à memória presença de uma ilha como centro do mundo.
Dedicada a ANTÓNIO DACOSTA, esta exposição resulta da adaptação ao espaço do CACGM da mostra organizada pelo CAM, em Lisboa, comemorativa do centenário deste artista. Espaço diferente implica discurso diferente. Assim, em Bragança, a obra de Dacosta encontra-se organizada em 3 núcleos fundamentais:
- uma galeria introdutória que poderia ser designada como galeria dos começos e… recomeços, pois reúne trabalhos ou temas diversamente inaugurais que vão das pinturas iniciais ao último estudo para o Metro de Lisboa, do brotar da água das fontes ao fogo dos vulcões; numa obra marcada por uma longa interrupção (1948 – 1975), o recomeço através do brotar contínuo de formas novas é fundamental;
- a grande Nave apresenta dois conjuntos cronológicos: a interrogação surrealista de 1939/42 e a crise que lhe sucedeu, bem como alguns dos grandes temas transversais do trabalho de Dacosta: o Mar e a Mulher, as grandes interrogações, os temas do Sacrifício e da Festa e ainda a evocação solar de um Sul reinventado a partir de Paris;
- no 3º núcleo repete-se Alfa e Ómega, o último capítulo da exposição lisboeta, reunindo, em contraponto, obras de tempos bem diferentes, onde o fim e o princípio se tocam.
Comissário: José Luís Porfírio
Organização: CAM - Fundação Calouste Gulbenkian
Produção: Município de Bragança | Centro de Arte Contemporânea Graça Morais