SILVESTRE PESTANA
CÓDIGO ABERTO
Curadoria: Jorge da Costa
Silvestre Pestana (Funchal, Madeira, 1949) tem vindo a realizar, desde finais da década de 1960, numa obra original e pioneira, uma prática artística que se desenvolve através da constante procura de novas estratégias de relação e articulação entre a linguagem, o corpo e a tecnologia.
Numa diversidade de meios e disciplinas que se contaminam, como a performance, a poesia experimental e as artes visuais, a sua obra é, muitas vezes, o resultado do hibridismo homem/máquina, real/virtual, a partir do qual cria novas formas que, quase sempre, têm subjacente uma leitura ou vocação crítica.
Centrada em preocupações sociais, políticas e tecnológicas do nosso tempo, a sua criação artística reflete, desde sempre, um profundo fascínio pela organização social e pelo seu mais recente desenvolvimento tecnológico.
A introdução de materiais industriais como os néons ou o uso do vídeo e de diversos meios informáticos são, por isso, uma constante. A utilização de computadores, como o icónico Sinclair ZX81, para a criação dos seus poemas eletrónicos, na década de 1980, ou, recentemente, o recurso às novas dinâmicas do mundo digital, como o Second Life, para a criação de avatares e mundos virtuais, são disso exemplo.
A conceção de situações e simulações onde, não raras vezes, se confundem, como uma armadilha, o lúdico e o bélico, o encantamento e a ameaça, são o seu modo de, como artista de contraciclos, explorar e alertar para a ambivalência entre as potencialidades lúdicas das novas tecnologias e os seus efeitos nefastos e de controle sobre sociedade contemporânea.
A presente exposição reúne um conjunto de trabalhos de distintas fases da sua radical produção artística, realizados entre 1982 e 2020, entre os quais Sufoco Virtual (2014-16), Sociedade Aberta (2015), Bio-virtual (1982-2020), Águas Vivas (2003) ou Neurónios (2017).
Produção: Município de Bragança /Centro de Arte Contemporânea Graça Morais